filosofia, auto conhecimento, ser humano, e a minha (nossa) opinião sobre o que toca o coração.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Conto de Natal
- Moço, por favor, quero um trem para as estrelas!
- Ah sim, claro, um ticket só?
- Sim. Estou muito ansiosa...Cansei um pouco desta vida confusa na terra, vou sair, dar uma espairecida. Mas eu volto. Aqui tem muitas coisas que amo...Só não sei quando.
- Pois bem, aqui esta. Parte em 1 hora, ou na hora que a senhora quiser...
Enquanto isso, na plataforma de espera...
- Por favor, vc tem fogo?
- Não, neste momento prefiro o penumbra.
- Ele parou, olhou pra ela com devoção e curiosidade:
-Vc também vai para as estrelas? Eu vou e não vejo a hora.
- Eu também...Estou sonhando com o brilho de lá. Ouvi dizer que os sonhos são prateados lá. Vc já foi?
- Não, é minha primeira vez também...Sinceramente, não sei se volto...Não tem nada que me prenda aqui. Quero andar nas nuvens...Sentir bem de pertinho, o orvalho bom das noites enluaradas. ai,ai...
Dizem que lá agente brilha também, dizem que lá agente é quem quer.
Pausa.
Então, eles ficaram mudos olhando o céu, imaginando quanta coisa boa e quanta coisa inesperada teria lá.
Em suas mentes, renascia as brincadeiras de infância...voltava à tona seus sonhos mais distantes. Ela queria fazer castelos de areia prateada, e nesse castelo ela iria morar, colher frutinhas no quintal, correr despreocupada entre as árvores. Ali ela era simples, ela era tudo e nada ao mesmo tempo, ela era ela.
E ele, ele era o menino gentil, um sábio ancião, um principe sereno, risonho, um gigante forte, um pequeno pássaro voando...Ele era quem ele queria, ele simplesmente era.
Os conflitos interiores se desfizeram como num passe de mágica. Eles comiam e bebiam luz. Não havia mais passado. Só havia presente e futuro e dava até pra ouvir suas respirações felizes.
Envolvidos em uma cumplicidade serena, eles ficaram ali...esperando, meditando, sonhando. A magia acontecia.
E em seus olhinhos infantis, surgia um fio da esperança anunciada. Tinham um brilho diferente, era quase um desprendimento, quase um amor...
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