segunda-feira, 18 de maio de 2009

A neurociência explica o prazer em presentear.

" É fácil entender por que é que receber um presente nos deixa tão felizes: ele é sinal de que somos queridos e ainda ganhamos o presente propriamente dito, uma novidade interessante, coisa que o cérebro adora.

Mas por que é que dar um presente também é tão bom?

Pela lógica racional, dar um presente custa tempo e dinheiro, e não nos traz nenhum benefício direto. Mas será mesmo assim?

A neurociência hoje tem uma visão diferente. Presentear traz benefícios ao cérebro, e de várias formas. A primeira recompensa para quem presenteia é o sorriso no rosto de quem recebe o pacote. O sorriso deixa a pessoa que recebe a prenda ainda mais bonita aos olhos do nosso cérebro. O cérebro regista o sorriso do outro activando a parte da frente do córtex órbito-frontal, na região entre os olhos. Como essa parte do cérebro representa o valor positivo dos acontecimentos, a beleza do sorriso do outro, sobretudo se ele acontece por nossa causa, gera em nós um prazer e tanto.

Segundo benefício: ao ver o sorriso no rosto da pessoa presenteada, o nosso cérebro também nos faz sorrir.
Acontece assim. Sorrimos quando vemos alguém sorrir de felicidade porque isso aciona neurónios-espelho no córtex pré-motor, que, por imitação, também colocam um sorriso no nosso rosto. Junto com o sorriso vem uma série de mudanças no corpo, também provocadas pelo cérebro. Sentimo-nos melhor, mais leves e mais felizes.

Mas o mais impressionante é que já começamos a sentir-nos bem muito antes de entregar o presente.
A simples decisão hoje de fazer o bem amanhã já basta para ativar o sistema de recompensa e também o córtex órbito-frontal, o representante do lado positivo das coisas. Isso acontece muito antes de vermos qualquer sorriso a formar-se no rosto do outro.
Essa ativação antecipada nos da prazer, mesmo que fazer o bem tenha um custo em dinheiro e tempo. Para os céticos, o prazer que o nosso cérebro sente em decidir fazer o bem seria uma prova de que não fazemos nada que não nos traga algum benefício.

Mas eu prefiro pensar de maneira diferente. Imagina só: o meu cérebro poderia não ligar a mínima para a possibilidade de fazer o bem aos outros...Mas ele liga!. E com isso todos ganham: quem dá e quem recebe. Não é excelente e transformador para os dias de hoje?

Beijosssss

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